Meu caro Rastafariano, me perdoe por favor, mas para comentar a brocadinha de 5×3 do Rasta no Fla da Terra Dura, vou bancar o Vando e invadir a alma feminina. É, meu prezado rapaz, vou deixar esse samba mais quente, deixar a mulherada contente e vou comentar o jogo usando uma metáfora, digamos, femininíssima.
A vitória de ontem do tricolor Rastafariano foi que nem cantada de pedreiro. Sei que muita gente não entendeu, Mas vou repetir: a vitória de ontem do Rasta foi que nem cantada de pedreiro.
Sempre pensei na importante função social dos pedreiros, na ajuda psicológica e sociológica que a turma da obra presta sem saber. Os homens que estão lendo isso aqui não estão entendendo nada. Já as mulheres… ah, as mulheres, essas conhecem bem os mares por onde estou navegando.
Tem dias, seres masculinos, que toda mulher acorda se sentindo a pior mulher do mundo. Um verdadeiro caco. O cabelo não consegue ficar bom. A unha tá um lixo. A calça jeans tá velha. E o espelho insiste em falar “nossa, parece que você engordou”. Nesse dia, toda mulher sai de casa encolhida, olhando para baixo e com a autoestima menor que o tamanho da minha sogra (Adilma, gosto muito de você!).
É aí que entra o pedreiro. Essa mulher deprê, que tá prestes a encher a cara de quindim na padaria da esquina, passa por uma obra e ouve:
- Gostosa!!!
- Se você fosse o teto, eu seria a pilastra!!
- Sexo mata. Então morra comigo!!
- Você é a areia (mera coencidência) do meu cimento!!
- Você tá igual a melancia na roça: tá rachando de boa!!
- Com essa mulé e mais um saco de bolacha, eu passo um mês!!!
- Se você fosse um sanduíche, seria um x-princesa!!
Como num passe de mágica, essa mulher triste não existe mais. O pedreiro conseguiu fazer essa flor desabrochar. Não é o Brad Pitt, não é o Edson Celulari, não é o Cadu do BBB, não é o Latino do Rastafari. Mas o pedreiro conseguiu.
Pronto. Taí a metáfora, boca. O Rasta ganhou do Fla da Dura Terra. Não foi um primor de jogo e muito menos uma das melhores apresentações do Rasta. O ataque funcionou, aos trancos e barrancos. Sandro, como sempre, mostrou toda sua dinâmica de jogo, sua raça e seu temperamento um tanto quanto questionável (se amarra nuns palavrões). Arnaldo parece que é feito de cimento e reboco, é o verdadeiro paredão. A defesa levou suas brocadinhas de sempre, batemos cabeça DE NOVO nas marcações, mas um dia acertaremos isso. O importante é continuar com a animação e a vontade de por uma estrela no peito.
É a nossa cantada de pedreiro. Não ganhamos de nenhum timão. Mas ganhamos.